A IMPORTÂNCIA DA LEITURA
O ato de ler é um processo abrangente e complexo; é um
processo de compreensão, de entender o mundo a partir de uma característica
particular ao homem: sua capacidade de interação com o outro através das
palavras, que por sua vez estão sempre submetidas a um contexto. Nas trilhas do
mesmo entendimento, Souza (1992) afirma:
"Leitura é, basicamente, o ato de
perceber e atribuir significados através de uma conjunção de fatores pessoais
com o momento e o lugar, com as circunstâncias. Ler é interpretar uma percepção
sob as influências de um determinado contexto. Esse processo leva o indivíduo a
uma compreensão particular da realidade". Vislumbramos em Freire (1989)
este olhar sobre leitura quando nos diz que a "leitura do mundo"
precede a leitura da palavra, ou seja, a compreensão do texto se dá a partir de
uma leitura crítica, percebendo a relação entre o texto e o contexto. Dessa
forma, um leitor crítico não é apenas um decifrador de sinais, mas sim aquele
que se coloca como co-enunciador, travando um diálogo com o escritor, sendo
capaz de construir o universo textual e produtivo na medida em que refaz o
percurso do autor, instituindo-se como sujeito do processo de ler. Nesta
concepção de leitura onde o leitor dialoga com o autor, a leitura torna-se uma
atividade social de alcance político. Ao permitir a interação entre os
indivíduos, a leitura não pode ser compreendida apenas como a decodificação de
símbolos gráficos, mas sim como a leitura do mundo, que deve ser constituída de
sujeitos capazes de compreender o mundo e nele atuar como cidadãos. A leitura crítica sempre leva a produção ou
construção de um outro texto: o texto do próprio leitor. Em outras palavras, a
leitura crítica sempre gera expressão: o desvelamento do SER leitor. Assim,
este tipo de leitura é muito mais do que um simples processo de apropriação de
significado; a leitura crítica deve ser caracterizada como um estudo, pois se
concretiza numa proposta pensada pelo ser-no-mundo, dirigido ao outro. (SILVA,
1985) Utilizamos a leitura em vários locais e com diversas finalidades em
nossas vidas: no trabalho, na escola, no lazer ou em casa. A formação do leitor inicia-se no âmbito escolar e se processa em longo
prazo, tendo como mediador o professor, em quem encontramos a possibilidade de
diversificarmos o conhecimento. Esse leitor deve ser compreendido como
sendo aquele que estabelece uma relação aprofundada com a linguagem e as
significações. Pois, os que apenas se relacionam de modo mecânico com o texto,
não se constituirão leitores sem um trabalho efetivo. O
comportamento do ato de ler não pode ser delegado somente à escola, deve ser
uma parceria entre escola e família. Partindo desse princípio, vemos a
urgência de se apresentar para os estudantes uma leitura que norteie seu posicionamento
e que seja capaz de resultar no leitor que compreende a essência do texto,
estabelecendo relações com o autor do mesmo e preenchendo as lacunas que
possivelmente possam surgir no ato de ler, é que se realizou uma observação com
a leitura crítica no ensino fundamental, visando consequentemente constatar o
saber e o fazer desses sujeitos em sala de aula frente à leitura.
“Meus filhos terão computadores, sim, mas antes
terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever
- inclusive a sua própria história.” (Bill Gates)
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