Trocando ideias.



Os sete saberes: Edgar Morin

O educador, pensador, antropólogo, sociólogo e filósofo Edgar Morin é o responsável pela sistematização de um conjunto de reflexões cujo objetivo é servir como ponto de partida para se repensar a educação do século XXI. Formado em Direito, História e Geografia, Morin é autor de mais de trinta livros, entre eles O método (6 volumes), Introdução ao pensamento complexoCiência com consciência e Os sete saberes necessários à educação do futuro.
A reflexão que originou o texto sobre Os sete saberes necessários à educação do futuro teve início por iniciativa da UNESCO, em 1999. Uma primeira versão do texto circulou pelos líderes educacionais de diversos países que acrescentaram comentários, sugestões e remanejamentos, até que em 2001 foi finalizado e publicado por Morin.
O resultado foi um conjunto de reflexões e descrições de eixos e caminhos para todos os que pensam e fazem educação, introduzindo novos e criativos debates sobre a educação para o Século XXI.
Os sete saberes indispensáveis enunciados por Morin são:
  • As cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão
  • Os princípios do conhecimento pertinente
  • Ensinar a condição humana
  • Ensinar a identidade terrena
  • Enfrentar as incertezas
  • Ensinar a compreensão
  • A ética do gênero humano
A seguir, uma breve descrição sobre cada um dos pontos apresentados por Morin como inspirações para o educador ou os saberes necessários a uma boa prática educacional:

As cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão
O conhecimento deve preparar o indivíduo para enfrentar os riscos e as situações da vida diária com sabedoria e discernimento. Para tal, é necessário que a educação desenvolva as características cerebrais, mentais e culturais para não induzirem ao erro ou ilusão.

Os princípios do conhecimento pertinente
É primordial que os educadores apresentem aos seus alunos realidades locais ao mesmo tempo em que as contextualizem com acontecimentos do mundo. Isso porque acontecimentos e conhecimentos fragmentados dificultam o entendimento e o conhecimento global.

Ensinar a condição humana
O ser humano é uma unidade complexa. É um ser que ao mesmo tempo é físico, biológico, psíquico, cultural, social e histórico. Assim, as disciplinas escolares devem integrar os conteúdos promovendo o desenvolvimento do humano na sua totalidade.

Ensinar a identidade terrena
Mostrar aos educandos que o acontecimento da localidade interfere na totalidade e que tudo está interligado, ou seja, as decisões e atitudes de um local podem atingir toda a humanidade pois vivemos em uma imensa comunidade, com destino comum.

Enfrentar as incertezas
É preciso saber lidar com as incertezas, limitações, imprevistos e novidades que surgem a cada dia. A escola deve preparar os alunos para que sejam capazes de enfrentar esses desafios inesperados, fortalecendo as suas estruturas mentais e assim resolvendo seus problemas de modo construtivo baseado em situações anteriores.

Ensinar a compreensão
A comunicação não garante a compreensão e um dos obstáculos da educação é a compreensão. Muitas vezes o mal entendido gera conflitos e a diferença de cultura, a falta de respeito à liberdade e o egocentrismo são fatores que devem ser observados para compreender o outro e o eu. A compreensão favorece o pensar pessoal e global.
Para Morin,“se descobrirmos que somos todos seres falíveis, frágeis, insuficientes, carentes, então podemos descobrir que todos necessitamos de mútua compreensão.” (p.100)
Faz-se necessário compreender o outro para que nesta troca também sejamos compreendidos.

A ética do gênero humano
A ética deve conduzir o humano a um caráter sociável e humanizado. O educador deve despertar nos alunos a consciência de que tudo o que se faz reflete em nós mesmos e, para que tudo fique bem para todos, é necessário ter consciência dos atos praticados, desenvolvendo no ser humano suas aptidões individuais e coletivas.

A partir dos pontos acima, notamos que a educação do futuro exige um esforço transdisciplinar que seja capaz de rejuntar ciências e humanidades.
Edgar Morin expõe argumentos para que nós educadores possamos enfrentar os paradoxos que o desenvolvimento tecno-econômico traz para a educação, ao mesmo tempo em que assumimos a necessidade de priorizar a “ética da compreensão planetária” na educação do futuro.
Esses sete saberes objetivam estimular os educadores brasileiros a se movimentarem para uma educação sustentável para todos, aprimorada e adequada às novas realidades.
Toda educação precede da participação do indivíduo de modo particular e no grupo social que está inserida. Assim, convidamos todos os professores a refletirem e colocarem em prática uma educação focada em formar indivíduos para as relações globais e com a consciência de que tudo está inserido nas partes e no todo, e que nossas atitudes definem o nosso futuro.

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